Todos aspiramos à maestria, mas o caminho, sempre longo e não raro rochoso, não promete recompensas rápidas e fáceis. Por isso procuramos outras linhas e cada uma delas atrai certo tipo de pessoa.
O DILETANTE
O Diletante aproxima-se de cada esporte, carreira, oportunidade ou relacionamento com enorme entusiasmo. Ama os rituais envolvidos no fato de começar, no equipamento vistoso, no jargão, no brilho da novidade.
Quando tem o primeiro surto de progresso num novo esporte, por exemplo, ele se sente alegríssimo. Mostra sua forma à família, aos amigos e às pessoas que encontra na rua. Mal pode esperar pela aula seguinte. Ao cair do primeiro pico, sente-se como se tivesse recebido um choque. A estagnação que segue à queda é inaceitável, se não for incompreensível. O entusiasmo dissipa-se rapidamente. Ele começa a perder aulas. Sua mente se enche de racionalizações. Esse na verdade não é o esporte certo para ele. É demasiado competitivo, não-competitivo, agressivo, não-agressivo, tedioso, perigoso, seja lá o que for. Diz a todo mundo que esse esporte não satisfaz às suas necessidades particulares. Iniciar-se em outro esporte dá ao Diletante a oportunidade de tornar a representar o roteiro único.
O OBSESSIVO
O Obsessivo é o tipo de pessoa oportunista, que não se contenta em ser o segundo da lista. Sabe que o que conta são os resultados, e não importa o modo como os consegue, contanto que os consiga depressa. De fato, quer impressionar já na primeira lição. Fica depois da aula conversando com o instrutor. Pergunta que livros e gravações pode comprar para ajudá-lo a progredir mais depressa.
O Obsessivo começa fazendo robustos progressos. O primeiro surto é exatamente o que ele esperava. Mas quando regride, o que é inevitável, e se surpreende estagnado, simplesmente não aceita o fato. Redobra os esforços, sem piedade de si mesmo. Recusa-se a aceitar o conselho do patrão e dos colegas para moderar-se. Trabalha a noite inteira no escritório, sente-se tentado a tomar atalhos a fim de conseguir resultados rápidos.
O PICARETA
O Picareta tem uma atitude diferente. Depois de conseguir, mais ou menos, o jeito de fazer alguma coisa, dispõe-se a permanecer indefinidamente estagnado. Não se incomoda em saltar etapas essenciais ao desenvolvimento da maestria, se puder e sair e atuar por aí com colegas de picaretagem. É o médico ou o professor que não frequenta reuniões profissionais, o tenista que desenvolve um sólido forehand e acredita poder virar-se com um backhand defeituoso.
LEONARD, George. Maestria: As Chaves do Sucesso e da Realização Pessoal. PENSAMENTO: São Paulo, 1991.
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